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CAMONIANAS 4.


  • Busque Amor novas partes, novo engenho
    para matar-me, e novas esquivanças,
    que não pode tirar-me as esperanças,
    que mal me tirarão o que eu não tenho.

  • Olhai de que asperezas me mantenho!
    Vede que perigosas seguranças!
    Que não temo contrastes, nem mudanças,
    andando em bravo mar, perdido lenho.

  • Mas, conquanto não pode haver desgosto
    onde esperança falta, lá m'esconde
    amor um mal, que mata e não se vê.

  • Que dias há que n'alma me tem posto
    um não sei quê, que nasce não sei donde,
    vem não sei como, e dói não sei porquê.
  • Luiz de Camões

CAMONIANA 4.01

  • Busque Amor novas partes, novo engenho
    Que m'iluda, outro fato que atormente,
    Eu sou crédulo sempre, confidente,
    Não m'engana em tão pouco ter empenho.
  • Quero crer, vosso engodo que sustenho,
    É só vosso, que fique bem patente,
    Sofrerá, qualquer dúvida alimente,
    Meu desprezo em franzir mudo de cenho.
  • Qual será, afinal, vosso objeto escuso,
    Contra a fé deste amor meu que vos voto,
    Sendo tão meu quanto é nosso decerto?
  • Não terá serventia ou diverso uso,
    Que tão certo que já não fica ignoto,
    Pois é amor que vos juro a descoberto.
  • Belo Horizonte, 13 setembro de 1996.

Camonianas
"Quatro sonetos de Luís de Camões dão origem a 56 composições em que o poeta Públio Athayde desenvolve sugestões de cada um dos versos da significativa tetralogia. Tomado como primeira frase dos novos poemas, o verso do grande luso é o mote que conduz o desempenho do sonetista ouro-pretano no virtuosismo de uma delicada, difícil e audaciosa operação."
O soneto acima e toda a série Camonianas estão no livro; para adquirir, clique no link ou no livro. Sugestão de presente!

CAMONIANA 4.02

  • Para matar-me, e novas esquivanças,
    De desejo per medo desta falta,
    Empreendeis desta sorte mais alta
    Novos ardis de músicas e danças.
  • No ritmo lento, cantigas tão mansas,
    O engodo tirais cada nota da pauta:
    Vosso calor de perto que me falta,
    Vós fugis de fazermos alianças.
  • Música que cantais de meu tromento,
    Não hesiteis mudar vosso compasso,
    Pois harmonia é tudo que desejo.
  • Neste sonho convosco que acalento,
    Finde a rústica finta em que m'enlaço
    Se quero ter proveito deste ensejo.
  • Ouro Preto, 7 de julho de 1997.

Camonianas
"Quatro sonetos de Luís de Camões dão origem a 56 composições em que o poeta Públio Athayde desenvolve sugestões de cada um dos versos da significativa tetralogia. Tomado como primeira frase dos novos poemas, o verso do grande luso é o mote que conduz o desempenho do sonetista ouro-pretano no virtuosismo de uma delicada, difícil e audaciosa operação."
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CAMONIANA 4.03a

  • Que não pode tirar-me as esperanças,
    Nem fazer-me esquecer o antigo zelo,
    A negativa cruel, não vou perdê-lo
    Vosso, inda crivado per mil lanças.
  • Renegai-me três vezes, sem tardanças,
    Que vós vos apressais, frio como só gelo,
    Dizeis do corpo meu desconhecê-lo,
    Nunca me vistes, não tendes lembranças.
  • Pois que tirais então meus bens terrenos
    Se não podeis, mas vos atreveis tanto,
    É que a vilania vossa é mais que forte.
  • Levais meu grande amor, troços pequenos,
    Per mais me tirais, menos eu m'espanto:
    Sempre vós quereis nunca que eu suporte.
  • Belo Horizonte, 02 de julho de 1997.

Camonianas
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CAMONIANA 4.04

  • Que mal me tirarão o qu'eu não tenho.
    Não culpem este equívoco que é vosso,
    Pois mais já me tiraram do que posso,
    Estou nu como Deus no Santo Lenho.
  • Foi tudo nesta história que resenho:
    Primeiro meu amor, meu que era nosso,
    Depois dinheiro e títulos, eu endosso,
    E por último os bens que não detenho.
  • Resta-me a vida inútil de quem sofre,
    Por ter perdido cada prata e cobre,
    E cujo amor partiu no mesmo rumo,
  • Nada mais possui, guarda vazio o cofre,
    Tem ainda mais desnudo o corpo pobre,
    Nem o coração, nada toma prumo.
  • Belo Horizonte, 13 de setembro de 1996.

Camonianas
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CAMONIANA 4.05

  • Olhai de que asperezas me mantenho!
    De que me privo nesta vida agora,
    Eu que tinha de tudo a toda hora,
    Vivo dos meus registros no canhenho.
  • Olhai que tanto quanto me despenho
    Levar-vos-ei, ó rude mea senhora,
    Sem que tenhais qualquer escora
    Nas lágrimas que cubram vosso cenho.
  • Olhai ainda que não vos ameaço,
    Pois sem efeito tal como suponho
    Será igual foi-me vossa promessa.
  • Olhai por fim que da cobiça o laço
    De desejo mais não corra pidonho,
    Que me vedes a mesa já sem peça.
  • Belo Horizonte, 29 de junho de 1998.

Camonianas
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CAMONIANA 4.06

  • Vede que perigosas seguranças!
    Vede o destino e rumo que traçado,
    Não tem retorno nem tem outro lado,
    Outra face não têm nossas finanças.
  • Vede que pavorosas tais fianças!
    Vede no desatino a prumo alçado,
    Não ter entorno, zero é novo dado,
    Outra espera falida de acheganças.
  • Vede que mais que tudo são as perdas
    Não dos bens que na vida nós tivemos,
    Outra maior foi nossa tão desdita.
  • Vede que as alianças das esquerdas
    Já não têm o valor que nós lhes demos,
    Outras jóias, mais ouro em contradita.
  • Belo Horizonte 9 de julho de 1998.

Camonianas
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CAMONIANA 4.07

  • Que não temo contrastes, nem mudanças,
    Sabeis que sou audaz a toda prova,
    Inda que me lanceis para uma enxova,
    Fazendo valer força de ordenanças.
  • Vós que não desprezastes quaisquer ansas
    De me tomar um bem que se renova,
    De que pode ter mais cada recova,
    Quereis tomar-me tudo meu nas hansas.
  • Para tanto fazeis da lei mau uso
    Forçando-me à dor desta miséria
    Que me fará da vida um só suplício.
  • Mesmo que bem sabendo vos refuso,
    Sangrastes profundo, rompendo artéria,
    E exangue, sem coragem, sois meu vício.
  • Belo Horizonte 14 de julho de 1998.

Camonianas
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CAMONIANA 4.08

  • Andando em bravo mar, perdido lenho.
    Navegando rude serra, louca tropa.
    Orbitando esta mata, como Europa.
    Alienando espaço, não devenho.
  • Mudando minha pátria, sou islenho.
    Abandonando a fé, eu dispo a opa.
    Confundindo fui vítima, não popa.
    Escapando à forca, uso o sedenho.
  • Construindo na lógica, desculpa.
    Criando no argumento, meu destino.
    Buscando na razão, a mesma vida.
  • Encontrando Agostinho, felix culpa.
    Encarando Tomás, eu sou supino.
    Remando com Creonte, alma perdida.
  • Belo Horizonte, 9 de julho de 1998.

Camonianas
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CAMONIANA 4.09

  • Mas, conquanto não pode haver desgosto
    Que se exprima tão claro nesta face,
    Vou me negar ceder a este impasse,
    Per quanto vos oculte o próprio rosto.
  • Eu perco minha vida, que é meu posto,
    Pois mesmo vivo sem que me trespasse
    É mais que morte, enorme meu repasse
    De tudo o que da terra tomei gosto.
  • Avergonha que encarna minha fronte
    Não é outra miséria a que sucumbo,
    É mais um tributo vosso humilhante,
  • Penitência que rude a um insonte
    Impondes como manto feito em chumbo,
    De que me dispo quando Deus perante.
  • Belo Horizonte 11 de julho de 1998.

Camonianas
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CAMONIANA 4.10

  • Onde esperança falta, lá m'esconde
    Do amor o vício meu na vida nossa,
    Mesmo se lá se encontra quem não possa,
    Dizei-me o lugar, quero saber onde.
  • Mas quem é perguntado e não responde
    Viça em segredo íntimo, tem mossa
    Impressa cujas faltas nele endossa,
    Se ocultas forem acha quem as sonde.
  • Por mais amor negueis compartilhado,
    Mesmo sem redibir nosso destrato
    Confessai pelo menos paixão finda.
  • Assim, mesmo que esteja cercilhado,
    Poderei repensar vosso retrato,
    Remoldar-vos a imagem na berlinda.
  • Belo Horizonte, 24 de julho de 1998.

Camonianas
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CAMONIANA 4.11

  • Amor um mal, que mata e não se vê.
    Amor um bem, que vive quem o tem.
    Morrendo, mas vivendo em vai e vem,
    Vejo per quem o tem vossa mercê.
  • Amor meu mal, me mata sem por quê.
    Amor meu bem, revive-me também.
    Morto e vivo d'amor eu sou alguém,
    Vejo que mais sou quanto mais vos dê.
  • Meu mal d'amor é bem amar a vós,
    Que mal me vedes já quereis meus bens,
    Morro bem cedo, que em matar sois ás.
  • Meu bem, amor, um mal d'amor a sós,
    Que vós mal me tomastes meus teréns,
    Vivo melhor meu mal sem vós, em paz.
  • Belo Horizonte, 9 de julho de 1998.

Camonianas
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CAMONIANA 4.12

  • Que dias há que n'alma me tem posto
    O destino esta dúvida maligna:
    É tudo como a memória me consigna,
    Ou terá, ao contrário, sido oposto?
  • Que dias há que os olhos de meu rosto
    Só podem ver em vós figura indigna
    Que por seus atos torpes não se assigna
    E absconde de mim o vosso encosto.
  • Que dias há que trai minha lembrança
    O desejo que fosse outra a verdade,
    Mas não move a vontade o passado.
  • Que dias há que fosse eu carrança
    Desistia da vida e minha herdade,
    Por ter o coração me destroçado.
  • Belo Horizonte, 1 de junho de 1998.

Camonianas
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CAMONIANA 4.13

  • Um não sei quê, que nasce não sei donde,
    Cresce não sei porquê, mas sei que é posto
    Por maldade no mundo, traz desgosto,
    Surge cedo, de manso, não se esconde.
  • Este quê não sei, vindo desta fronde,
    Aproxima de fasto e mostra o rosto
    Que assi o tem, com'alma, descomposto,
    Se tem nome, chamado não responde.
  • Sabe-se do quê já foi muito visto,
    Mas não sabe o destino que pretende,
    Exceto que, sem bem, nos vem per males.
  • Vai radicar maligno como quisto
    Que combater a todo custo tem-de
    Quem não se perder nestes fundos vales.
  • Belo Horizonte, 02 de junho de 1997.

Camonianas
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CAMONIANA 4.14

  • Vem não sei como, e dói não sei porquê.
  • Vem provar sua existência cada dia,
  • Doendo que mostra a força desta agonia.
  • Dói não sei como, e vem não sei de quê.
  • Existe que eu sei, mesmo se não se vê.
  • Existe a provar doente que não cria,
  • Vendo a dor que não é sua fantasia.
  • Vê-se, pois eu sei que não faz mercê.
  • Se não se vê e existe como tanto dói,
  • É quanta prova basta, não há que ver.
  • Nem há que se ver, nem há que provar.
  • Se não se sabe como, mas tanto sói,
  • Não importa a que vem, só que há de ser.
  • Só que há de doer, qualquer seja o lugar.
  • Belo Horizonte 19 de setembro de 1996.

Camonianas
"Quatro sonetos de Luís de Camões dão origem a 56 composições em que o poeta Públio Athayde desenvolve sugestões de cada um dos versos da significativa tetralogia. Tomado como primeira frase dos novos poemas, o verso do grande luso é o mote que conduz o desempenho do sonetista ouro-pretano no virtuosismo de uma delicada, difícil e audaciosa operação."
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Todo autor precisa de um parceiro, seu revisor de textos.

Todo autor precisa de um parceiro, seu revisor de textos.
Keimelion - revisão de textos - há mais de dez anos revisando todo tipo de texto.

Uma celebração camoniana

Ângelo Oswaldo


Quatro sonetos de Luís de Camões dão origem a 56 composições em que o poeta Públio Athayde desenvolve sugestões de cada um dos versos da significativa tetralogia.
Tomado como primeira frase dos novos poemas, o verso do grande luso é o mote que conduz o desempenho do sonetista ouro-pretano no virtuosismo de uma delicada, difícil e audaciosa operação.
Com domínio das artes poéticas e conhecimento atilado do estilo, vocabulário e gramática da era quinhentista, Públio Athayde celebra a admiração pela herança maior da poesia de língua portuguesa ao desdobrar, verso a verso, a emoção e o engenho do vate.
Como num jogo de espelhos em galeria de ecos, as estrofes redimensionam o encantamento do verso camoniano, auscultando-lhe a sonoridade e mergulhando em sua paixão.
"Agoas claras que das fontes vem", os sonetos escritos entre 1996 e 1998 revelam a erudição notável e a fina sensibilidade do autor.
Ao evocar "despojos doces do meu bem passado", ele restabelece o culto do amor tal como ensinado pelo sacerdote supremo da alma gentil.
Oferece-nos uma realização admirável, que rende merecida e necessária homenagem a Camões, na aurora do quinto centenário da transplantação da língua portuguesa para as terras luminosas de Pindorama.