Regando-vos com lágrimas saudosas,
Choro já vossa vida quase extinta
Nesta cena que rude a morte pinta,
Vosso seio imagino imerso em rosas.
Carpindo-vos lembranças gloriosas,
Temo que mais minh’alma se ressinta,
Não d’amor deste corpo, qu’é uma finta,
Mas da companhia vossa e tantas prosas.
Eu creio que ao chorar vossa partida
Sofro por vos não ter junto, por perto,
Mas eu padeço ainda, no momento,
Por saber que fôreis em minha vida,
Menos segura alegria pois, decerto,
A única que me sempre foi tromento.
Belo Horizonte, 2 de setembro de 1996.
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