Nem as agoas claras que das fontes vêm,
Trazem vida, perfume primaveril,
Poderão despertar coração eril
Que palpita jamais per ter alguém.
Nem a brisa soave pode também,
Mesmo lufada per Eros pueril,
Romper insano este vínculo heril
Que prende só o corpo, não o mantém.
Nem a garoa gelada, à noite fria,
Sereno impiedoso d’inverno suão,
Vai gelar mais que golpe deste olhar.
Nem o sol mudará um único dia
Desta vida de só dizer que não,
Nem a noite, nem estrelas, nem luar.
Belo Horizonte, 29 de agosto de 1996.
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