Já não podeis fazer meus olhos ledos.
Melodias, nem cantais as afamadas;
Não m’acompanhais nunca de mãos dadas,
Privais-m’então de todos os brinquedos.
Melodias, nem cantais as afamadas;
Não m’acompanhais nunca de mãos dadas,
Privais-m’então de todos os brinquedos.
A ventura dos saudosos folguedos,
E que cantigas foram-nos caladas,
Somam réstias de vidas dedicadas
A romper os limites destes vedos.
Aos olhos não me volta antigo brilho
Sem que torneis comigo a cantar ainda;
Far-me-eis salvar ficando comigo,
Compartilhando o rumo meu por que trilho;
Pera que se reascenda luz que finda,
Olhai-m’os olhos, chamai-me d’amigo.
Belo Horizonte, 1 de setembro de 1996.
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