Neste deserto de minha galé,
Eu sofro em pesar, de ver-vos até,
Sois apenas ilusão sem igual.
Miragem que seria como natal,
Fosse sólida como a lembrança é,
Que de todo vos guardo em minha fé,
Mas, assi não sendo, se faz letal.
E morro, nessa ilusão que vos vê,
Sofrendo o castigo sem remissão,
De quem vos perdi, e não posso esquecer.
Mas vivo, ainda sem saber porquê,
Deixastes-m’em duna de solidão,
Como um ser irreal, menos que um não-ser.
Belo Horizonte, 2 de setembro de 1996.
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