Silvestres montes, ásperos penedos,
Ressoam ecos, esperanças passadas
D’amores que, como paixões frustradas,
Nunca mais palpitam, e restam quedos.
Encosta recoberta de vinhedos
Fruticosos de uvas adocicadas
Cuja seiva, em garrafas fermentadas,
Sabe mal, sabe a fruto e mosto azedos.
Mouco sonido, vinho buchonado,
Clamor insosso de safra perdida,
Feridas exangues d’estéril serro:
Suspiro último d’um ser apaixonado
Habita o peito e castiga sua vida
Per um sentimento nascido em erro.
Belo Horizonte, 29 de agosto de 1996.
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